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PEQUENAS AÇÕES, GRANDES REAÇÕES #2: Parlendas, Folclore e Infância

  • Foto do escritor: Yago Ferreira
    Yago Ferreira
  • 25 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de jan. de 2018

Mais e mais pesquisas. Mais e mais textos. Aos poucos, as crianças deixam de me ver como “tio da Sala de Leitura” e passo assumir um caráter de professor para elas. Talvez, seja por querer que sempre que possuírem um tempo livre, estejam escrevendo, se não gostarem de escrever, que leiam então e se não gostarem de ler, vão dançar, cantar ou fazer o que saibam fazer de melhor, mas me nego a deixá-los parados com tanto potencial não sendo aproveitado. Mas aqui entre nós, tenho de confessar, eles se divertem muito. Como eu sei? Basta ler os sorrisos.


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Durante o mês de outubro de 2017, foi realizado com os alunos do 6º ano B do período vespertino da Escola Estadual Ernesto Monte, o Projeto Infância e Folclore. Que contou com o apoio das professoras Gisele Oliveira, de Língua Portuguesa, Marta Monteiro, de Artes e do compreensivo professor de Ciências, Vilmar Junior, que me permitiu tomar alguns minutos de suas poucas aulas com a turma.


O projeto idealizado por mim (Yago Ferreira) consistiu em estimular os alunos a produzirem pesquisas sobre o folclore brasileiro, ilustrando em obras de artes simples por meio da literatura de cordel ou apenas desenhos representativos, os personagens que davam vida à imaginação. E com isso, produzimos algumas conversas animadas sobre as diferenças entre a infância dos dias de hoje e a infância de seus pais, além de estimular as crianças a exporem suas ideias em textos simples.

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O projeto, além de render tardes deliciosas ao lado de crianças tão inteligentes e maduras para a idade, proporcionou o levantamento por parte das próprias crianças de alguns questionamentos de eventos e costumes que estão tornando a infância atual menos divertida. Internet, android, IOS, MP3 Player, computadores e redes sociais tornaram-se brinquedos e brincadeiras comuns para a maioria das crianças, que estão cada vez mais criando distâncias imaginárias mas com efeitos reais e perdendo ou substituindo velhos hábitos como se encontrar com seus amigos em parques ou nas suas casas, por encontros virtuais em salas de bate papo.


Junto a isso, foram levantadas questões como a segurança, o risco de se estar exposto e a falta de confiança gerada pela proximidade constante das crianças com o perigo dos dias de hoje, conforme a aluna Letícia ressalta em seu texto:


"Hoje não há mais ninguém para brincar e se divertir. Só querem brincar nos 'androids'. As brincadeiras de antes eram bem mais seguras, legais e ativas. Hoje você só quer ficar vendo vídeos e jogos. No passado em que nossos avós e pais brincavam não havia internet e nem perigo, agora nós temos que ficar atentos a tudo. Até essa tal de 'Baleia Azul'... Quem aproveita as brincadeiras hoje pode estar correndo um grande risco."



Foram apontadas também as diferenças entre as brincadeiras, recordando e descobrindo muitas outras de regiões diferentes e com origens distintas, de acordo com as pesquisas feitas pelos alunos.

O projeto que durou todo o mês de outubro proporcionou a chance de integração entre as crianças, de se conhecerem melhor assim como conhecerem aspectos simples e suas particularidades. O ar infantil, apesar de tamanha maturidade não ficou ausente, os encontros onde revelamos o resultado das pesquisas em conjunto com os desenhos produzidos renderam muitas histórias e gargalhadas.


O reconhecimento do espaço onde vive, de sua origem, história e dos eventos que envolvem sua realidade é de suma importância para a criança nesse processo de criação de sua identidade social. Dentro desse contexto, a atividade permitiu que as crianças desvendassem segredos e mitos, abrissem a mente para alguns dos perigos que permeiam suas rotinas graças a divisão de experiências com os professores e a identificar no dia a dia, ainda em meio a constante conexão e crescimento prematuro ao qual são submetidas nos dias de hoje, a importância de se ligarem com sua infância, seja por meio de brincadeiras, histórias ou uma boa conversa entre a turma. Tudo isso, claro, foi muito bem documentado em seus textos.


O aprendizado rendeu para o enriquecimento pessoal de todos os envolvidos, sem falar da diversão, um instrumento poderoso que me permitiu guiar as atividades e sair com vantagem na disputa de atenção entre as crianças e os livros da Sala. Quanto ao enriquecimento, é único e sem dúvidas imensurável. Gradativamente, atividade após atividade, podemos reconhecer em cada rosto de professor ou aluno, um aprendizado constante envolvido em cada ação, evidenciando que o conhecimento pode ser aplicado e obtido em todos os cantos, em todas as páginas e em todas as línguas.


Nas fotos abaixo, vemos a interação das crianças no decorrer do projeto, discutindo ideias, seus textos e buscando no compartilhamento de suas vivências uma fonte de inspiração.



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